A corrente neoliberal nasceu após a segunda guerra mundial, na região da Europa e América do Norte. Surgindo como uma espécie de reação contra o Estado Intervencionista, que na época tinha como face o Welfare State (Estado de Bem-estar). Seu texto de origem é O Caminho da Servidão, escrito por Friedrich Hayek (1944), que critica qualquer ameaça à liberdade e limitação dos mecanismos de mercado por parte das ações do Estado. O alvo de Hayek, naquele momento, eram principalmente as ações sindicalistas e os partidos que mobilizavam essas ações.
Hayek convocou aqueles compartilhavam de sua posição ideológica e a partir desses encontros se fundou a Sociedade de Mont Pèlerin, uma espécie de franco-maçonaria neoliberal, altamente dedicada e organizada, com reuniões internacionais a cada dois anos. A Sociedade tinha como objetivo combater o keynesianismo que era tão presente no Welfare State e preparar as bases para outro tipo de capitalismo, livre de regras para o futuro.
Os ideais neoliberais permaneceram sem força por volta de 20 anos, até que o surgimento de uma crise do modelo econômico do pós-guerra, fez o neoliberalismo ganhar terreno. Hayek e seus companheiros afirmavam que a crise foi desencadeada pelo poder excessivo dos sindicatos que pressionavam por um Estado maior e com maiores gastos sociais. Logo, em 1973, com o mundo capitalista entrando em uma profunda recessão e com níveis de inflação jamais vistos, o neoliberalismo se estabeleceu. Com isso, o modelo que apresentava um Estado menor, privatizações, abertura econômica, desburocratizações, entre outros aspectos capitalistas. Estabeleceu-se quase que em totalidade no mundo, durante a década 80, o que resultou na saída de muitos partidos “keynesianistas” (que defendiam um Estado maior) do poder em diversos países, principalmente na Europa.
Os anos 80 viram o triunfo da ideologia neoliberal na Europa e na América do Norte, regiões do capitalismo avançado. Enquanto o mercado externo crescia através do neoliberalismo, o Brasil nos anos 80 passava pelo seu momento de maior estagnação econômica, conhecido como a década perdida. Nesse período, acontecia os desdobramentos da Terceira Revolução Industrial, alavancada pela globalização e o capitalismo globalizado, ambos apoiados na ideologia neoliberal. No final da década perdida, aproveitando a “onda” neoliberal, Fernando Collor de Mello se apresentou como legítimo neoliberalista, sua eleição representava que o Brasil era um país “moderno”, adepto do neoliberalismo. Todavia, seu mandato não passou de planos simplistas, o que mostrou que seus autores pouco conheciam sobre o processo inflacionário brasileiro, sendo o pior desempenho econômico de um governo brasileiro desde a Crise de 29, pior até que a recessão na ditadura militar. Em resumo, o neoliberalismo apresentou importante influência nas expectativas depositadas em Collor, tais essas que não se cumpriram e foram prejudiciais à economia brasileira.
Escrito por: William Innoêncio da Costa
Grupo de Geografia
Referências:
(In SADER, Emir & GENTILI, Pablo (orgs.) Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 9-23.)
http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/brasil-economia-governos-collor-e-itamar-franco/69452/
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