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Os 150 anos da Tabela Periódica

Foto do escritor: Pró-EstudarPró-Estudar

Você sabia?


Dalton organizava os elementos químicos de acordo com suas respectivas massas atômicas

Qualquer estudante ou entusiasta da cultura humana já ouviu falar, sem dúvidas, da Tabela Periódica. Embora se saiba da existência dos elementos desde a Antiguidade, com Platão os separando em Terra, Água, Fogo e Ar, demoraram-se muitos anos para que a primeira versão da Tabela Periódica que conhecemos hoje viesse à tona. John Dalton, o autor do primeiro modelo atômico mais conhecido, já dava sinais da necessidade de haver uma classificação dos elementos e de como simbolizá-los. Dalton fez uma tabela simplória, organizando os elementos conhecidos até então segundo suas massas atômicas, e escolhendo símbolos aleatórios para cada um (o carbono era um círculo pintado, enquanto o oxigênio não).


Antes de 1869, diversos cientistas haviam tentado classificar e separar os elementos – alguns os separando por suas massas atômicas (como Alexandre-Emile Béguyer de Chancourtois e o próprio Dalton), outros os separando por suas propriedades físicas (como John Newlands). Mas foi o trabalho de Dmitri Mendeleev, apresentado há exatos 150 anos, que possibilitou que os elementos fossem categorizados de maneira organizada e coerente, segundo suas características, em uma tabela.

Dmitri Mendeleev, o criador da Tabela Periódica

Até aquele ano, 63 elementos haviam sido descobertos pela humanidade. Ainda não se tinha ideia da existência dos elétrons (o modelo de Thomson, o primeiro a inserir cargas negativas em um átomo, só surgiria 35 anos depois), tampouco se tinha noção da radioatividade. Portanto, é de se esperar que o conhecimento de cada elemento, de suas propriedades, etc., eram bem rudimentares naquela época. Entretanto, isso não impediu que Mendeleev fizesse uma organização dos elementos satisfatória para a época e, acredite, até para os dias de hoje em determinados pontos.


Conta-se que Mendeleev elaborou a tabela a encarando como um jogo de Paciência: com cartas na mão, ele listou vários fatos sobre os elementos conhecidos na época e separou aqueles que possuíam propriedades em comum. Na versão original de Mendeleev, a tabela era dividida em 8 grupos, com alguns elementos posicionados em cada um – algumas posições, como as dos elementos sódio (Na) e flúor (F), permanecem a mesma até hoje. Os elementos de transição, que atualmente ocupam a posição central da tabela, apareciam em sua maioria inseridos em um chamado “Grupo VIII”, bem diferente do atual, enquanto alguns estavam dispersos em outros grupos, como o mercúrio (Hg) no Grupo II. Outro detalhe perceptível é a inexistência dos gases nobres, que ainda não haviam sido todos descobertos na segunda metade do século XIX, e dos lantanídeos, que eram difíceis de serem adicionados à tabela.

Uma das primeiras versões da Tabela Periódica de Dmitri Mendeleev (1871)

Ora, mas você deve ter se perguntado: por que o trabalho de Mendeleev foi tão revolucionário se já havia existido cientistas que tentaram organizar os elementos de acordo com suas semelhanças? Como observado na versão de 1871, Mendeleev havia deixado traços ( _ ) entre alguns elementos em sua tabela. O cientista sabia da existência de elementos que ainda não haviam sido descobertos na época; não só sabia, como também prenunciou algumas de suas propriedades. Com isso, ele reservou espaços de sua tabela para que quando esses elementos fossem descobertos, eles fossem facilmente posicionados na tabela. Mendeleev nomeou esses elementos ainda desconhecidos de acordo com um parâmetro (que normalmente era algum elemento pertencente ao mesmo grupo do desconhecido) e o prefixo eka, dvi ou tri, que informaria a posição do elemento desconhecido em relação ao parâmetro. Entre os exemplos, estão o eka-aluminium (ou seja, o elemento que está distante uma posição do alumínio – que descobriu-se ser o gálio) e o dvi-manganese (ou seja, o elemento que está distante duas posições do manganês - que foi descoberto ser o rênio). Dentre as previsões, destaca-se o elemento tecnécio, que só foi descoberto após quase 70 anos da predição de Mendeleev.


Infelizmente, sua grande contribuição para a ciência e principalmente para a química não foi reconhecida em vida. Mendeleev faleceu em 1907, aos 72 anos, sem nunca ter ganho um Prêmio Nobel. Porém, seu trabalho foi celebrado como uma conquista tão importante quanto: a descoberta do elemento de número atômico 101 em 1955, que, em 1963, recebeu seu nome em homenagem ao cientista: Mendelévio (Md). A partir de então, a grande criação de Dmitri Mendeleev teria o seu nome para sempre.

A versão mais recente da Tabela Periódica

Artigo escrito por José Eduardo Santos Jardim (Grupo de Química)

 

Referências


ALMEIDA, J. Alfabeto da vida, tabela periódica completa 150 anos em 2019. Jornal O Tempo. Disponível em: https://www.otempo.com.br/interessa/alfabeto-da-vida-tabela-peri%C3%B3dica-completa-150-anos-em-2019-1.2179808. Acesso em: 15 maio 2019.


LORCH, M. Tabela periódica completa 150 anos: conheça sua história. Revista Galileu. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/01/tabela-periodica-completa-150-anos-conheca-sua-historia.html. Acesso em: 15 maio 2019.


RUSSELL, J. B. Química Geral. 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 1994.


TED-ED. The genius of Mendeleev’s periodic table. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fPnwBITSmgU. Acesso em: 19 maio 2019.


WIKIPEDIA. History of the Periodic Table. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/History_of_the_periodic_table. Acesso em: 15 maio 2019.

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