Vacinas: mitos que foram espalhados para a sociedade
- Pró-Estudar
- 19 de mai. de 2019
- 5 min de leitura
O Pró-Estudar é a favor da vacinação!

Nos tempos atuais, no qual a tecnologia se encontra a nosso favor, podemos ter acesso a diversas notícias divulgadas ao redor de nosso mundo e que se espalham facilmente pelas redes sociais e grupos de Whatsapp. Porém, com esse bombardeio de notícias recebidas, percebe-se que a população acaba acreditando nelas e acreditam que as fontes são totalmente seguras, e sabemos que não é assim que as coisas funcionam.
Uma das grandes polêmicas que tem acontecido nesses últimos tempos está relacionada aos grupos anti vacinas, que acreditam que se tomarem a vacina ela irá fazer mal a eles ou piorar a situação da doença. Em fevereiro de 2019, uma notícia que circulou o mundo inteiro foi de um garoto, chamado Ethan Lindenberger, que nunca tinha sido vacinado na sua vida devido aos seus pais serem contra a vacinação, mas que acabou tomando quando fez 18 anos contra a vontade deles; o mundo inteiro se surpreendeu com essa história.
Será que realmente as vacinas são tão prejudiciais assim? Será que essas notícias são verdadeiras e o governo nos manipula para acreditarmos em algo bom? Existe realmente alguma contra indicação para tomar vacinas? Antes de respondermos a todas essas perguntas, é necessário explicar como funciona a vacina.
Como funciona a vacina?

As vacinas são produzidas de duas formas principais: com o microrganismo (um vírus ou uma bactéria) atenuado ou com o micro-organismo inativado. A vacina com o microrganismo atenuado é feita por meio do enfraquecimento do vírus, logo não causa as doenças nas pessoas com o sistema imunológico saudável; por ser feita de um vírus vivo, essa vacina consegue uma melhor resposta de defesa do nosso organismo, sendo necessária uma única dose. Exemplos de vacinas com microrganismos atenuados: sarampo, rubéola, caxumba, etc.
Já as vacinas com vírus inativado são produzidas com fragmentos ou com microrganismos mortos. Porém, a resposta imunológica deles é um pouco menor em relação ao outro tipo, sendo necessária mais de uma dose para que exista uma defesa prolongada. Exemplos de vacinas com microrganismos inativados: pólio, raiva, influenza, entre outros.
Quando seu corpo entra em contato com essas vacinas, seu sistema imunológico irá reconhecer esse “invasor estranho” e irá produzir anticorpos que serão capaz de reconhecer esse vírus para conseguir combatê-lo, criando uma memória nos seus anticorpos para que quando um vírus idêntico aparecer, eles já estejam preparados para enfrentá-lo.
Mitos sobre as vacinas

Agora que você já sabe como a vacina funciona e que é totalmente segura, vamos falar um pouco sobre as fake news que surgiram sobre elas. Por causa do grande número de mensagens que circulam pelas redes sociais, muitas pessoas acabam tendo medo de se vacinarem ou vacinar seus familiares. Nós do grupo de biologia do grupo Pró-Estudar vamos falar sobre esses mitos para que você tenha uma informação segura em mãos e a repasse para seus amigos e familiares.
Vacinas podem causar autismo
Mito. Devido a uma queda do número de imunização nos países ocidentais nas últimas décadas, graças a uma publicação feita em um artigo no periódico médico The Lancet feito pelo cirurgião britânico Andrew Wakefield em 1997, na qual argumentava que as vacinas de sarampo, catapora e rubéola estariam provocando autismo em crianças britânicas. Mais tarde, houveram estudos que refutaram essa relação das vacinas com o autismo, fazendo com que a revista retirasse essa publicação feita por Andrew; em 2010, ele teve seu registro médico cassado no Reino Unido, porém, sua fala mesmo que já tivesse sido desmistificada, repercutiu para a sociedade, gerando uma queda nas taxas de vacinação no Reino Unido de 92% em 1996 para 84% em 2002. Após o ano de 2002 as taxas voltaram a crescer.
A maioria das pessoas que adoecem foram vacinadas
Mito. A maioria das pessoas que são contra as vacinas usam esse argumento contra a imunização. Nenhuma vacina é 100% eficaz; segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior parte das rotinas de imunização infantil funciona de 85% a 95% dos pacientes. Porém, é necessário saber que cada pessoa reage de uma forma diferente e isso significa que nem todos que foram vacinados estarão imunes a doenças, devido ao tempo que é necessário esperar até que o corpo crie uma resposta imunológica, sendo que a pessoa vacinada não pegará frequentemente tantas doenças em relação a uma pessoa que não foi vacinada, que estará mais propensa a isso.
Meu país praticamente erradicou essa doença, então não preciso me vacinar
Mito. Apesar da vacinação ter diminuído o número de doenças evitáveis em vários países, não significa que elas estejam sob controle de forma global, existem algumas doenças que se encontram de forma mais prevalente em alguns lugares ou endêmicas em alguns países; sendo assim, seria possível transmiti-las através de uma simples viagem, por causa da globalização, e levar essa doença a lugares que não existam um alto índice, podendo aumentar o número de doenças caso as pessoas não sejam vacinadas.
Vacinas são uma conspiração
Mito. Ainda existe essa crença que as vacinas fazem parte de um plano para atacar a população. Só para se ter uma ideia, na região norte da Nigéria, a luta contra a poliomielite é prejudicada por causa de uma crença, na qual diz que a imunização pode causar infertilidade em garotas e disseminar o vírus do HIV. E é observado o mesmo tipo de desinformação no Afeganistão e no Paquistão, que andam lado a lado com a Nigéria por serem os únicos países onde o vírus da paralisia infantil continua a ser endêmico.
Isso tudo foi gerado devido a um episódio ocorrido em março de 2011, quando a CIA (agência de inteligência americana) forjou uma campanha de vacinação contra a hepatite B no Paquistão, com o objetivo de coletar o DNA da população para encontrar familiares de Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda e que se encontrava desaparecido, para determinar seu paradeiro. Porém, a trama foi descoberta e aumentou a desconfiança da população do Paquistão, lugar onde o índice de vacinação já era baixo e ainda continua sendo.
Esses são alguns dos mitos mais comentados e disseminados entre as pessoas sobre vacinação, por isso nós do grupo Pró-estudar recomendamos que sempre estejam atentos às notícias que surgem nas redes sociais e grupos de Whatsapp, que sempre investiguem as fontes e quem escreve essas notícias. O ministério da saúde disponibilizou um número que qualquer cidadão pode enviar, seja notícias ou imagens compartilhadas, e estão dispostos a tirar qualquer dúvida sobre isso. O número pode ser encontrado nesse link. E lembrem-se de sempre estar com a vacinação em dia e também de estimular que sua família e amigos estejam vacinados, principalmente as pessoas mais jovens e idosos. Afinal, quem ama, sempre protege e cuida!
Escrito por Mateus Costa (grupo de Biologia)
REFERÊNCIAS
PORTAL SAÚDE. Vacinas Causam autismo - Fake News. Disponível em: http://portalms.saude.gov.br/fakenews/44429-vacinas-causam-autismo-fake-news. Acesso em: 16 maio 2019.
REVISTA GALILEU. Escondido dos pais, jovem espera completar 18 anos para poder se vacinar. 20 de fevereiro de 2019. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/02/escondido-dos-pais-jovem-espera-completar-18-anos-para-poder-vacinar.html. Acesso em: 16 maio 2019.
SOUSA, C. de J.; VIGO, Z. de L.; PALMEIRA, C. S. Compreensão dos pais acerca da importância da vacinação infantil. Revista Enfermagem Contemporânea, v. 1, n. 1, 2012.
BIO-MANGUINHOS. Vacinação: os 8 mitos que estão levando ao ressurgimento de doenças evitáveis. Disponível em: https://www.bio.fiocruz.br/index.php/noticias/1818-vacinacao-os-8-mitos-que-estao-levando-ao-ressurgimento-de-doencas-evitaveis?start=2. Acesso em: 16 maio 2019.
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